A luta por assistência estudantil tem forte tradição na Universidade Federal de Alagoas. Em especial, a luta por um Restaurante Universitário de qualidade é pauta permanente do movimento estudantil de nossa universidade. A ampliação do atual RU foi uma conquista da ocupação de reitoria de 2007. A construção do novo RU era pauta engavetada que foi efetivada depois de muita pressão, destacando aí a campanha “RU para Todos” construída em 2010 através da unidade de vários centros acadêmicos. Nesse mesmo ano, o Restaurante Universitário do Ceca foi reaberto depois de muita luta estudantil.

Passados todos estes anos, porém, a situação do nosso restaurante universitário só parece piorar. Os almoços são excludentes: só pode comer no restaurante universitário uma quantidade ínfima de estudantes, os bolsistas e os estudantes que têm a sorte de conseguir uma ficha do DCE para dividir com algum colega. Vale mencionar que os novos campi e pólos sequer possuem restaurantes universitários. E o novo RU? Até hoje, quatro anos depois de suas obras iniciadas ainda não foi inaugurado. Chegou a hora dos questionamentos assumirem novos contornos.

RESGATAR A FORÇA DAS LUTAS ESTUDANTIS
Ao completar 50 anos do golpe militar no Brasil, devemos lembrar das lutas estudantis travadas no período. Estas lutas geraram diversos mártires, heróis nacionais como Honestino Guimarães, Manoel Lisboa, Edson Luís e diversos outros companheiros. Mas herdamos deste período diversos métodos de luta. Como não recordar da luta travada no restaurante estudantil calabouço, que terminaria por vitimar o já mencionado companheiro Edson Luís?

A luta por assistência estudantil transbordou os muros da universidade e levou os estudantes a questionarem o regime militar, colocar em xeque o governo. A luta estudantil é capaz de provocar no conjunto dos estudantes reflexões maiores sobre para quem está voltada a educação do nosso país, como nossos governos tratam a educação e como alterar essa realidade nefasta.

Igualmente, as lutas mundiais da juventude também devem nos servir de exemplo. Os estudantes portugueses, chilenos e espanhóis deram grandes lições no último período. Através da luta por educação de qualidade, vários jovens foram cativados para a luta política e as grandes manifestações de rua, questionando o capitalismo, os banqueiros, as exorbitantes dívidas públicas e agarrando nas suas próprias forças a possibilidade de garantir um futuro digno.

Os problemas que jogaram os chilenos e europeus as ruas têm uma raiz comum com os nossos: o capitalismo corta verbas da educação e a entrega à iniciativa privada para atender a sanha de lucro dos banqueiros e megaempresários.  No Brasil, verbas sociais são cortadas para pagar a cada vez mais exorbitante dívida pública de nosso país. A conta, sentimos quando falta um restaurante universitário, quando estamos em uma fila gigantesca para comer no almoço, quando não podemos almoçar e quando demora tanto tempo para inaugurar o novo RU. É pelo fato simples e trágico de que dinheiro que deveria ir para assistência estudantil está sendo desviado para o bolso dos capitalistas!

É tempo de resgatar as lutas estudantis massivas na nossa universidade! Reivindicar um restaurante universitário de qualidade e questionar a reitoria de Eurico Lôbo e seu projeto educacional atrelado ao governo federal e ao capitalismo!



CONSTRUIR UMA CAMPANHA POR RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO EM TODOS OS CAMPI DA UFAL
Por isso, queremos convidar cada estudante, organizado ou não em centros acadêmicos ou oposições para construir um poderoso movimento que reivindique imediatamente a abertura do novo Restaurante Universitário e construa novos restaurantes nos demais campi e pólos! A campanha deve se combinar com as cobranças que o DCE vem sistematicamente fazendo à Pró-reitoria Estudantil.

Façamos como os garis do Rio de Janeiro que lutaram e conquistaram seus direitos! Façamos como a juventude europeia e chilena em luta permanente por educação de qualidade! Façamos como Edson Luís e tantos outros que lutaram por educação de qualidade ao mesmo tempo em que enfrentaram um regime opressor!

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